Nascida em 1967.
Porto-Luanda, Luanda-Ovar, Ovar-Vergada, Vergada-Porto, Porto-Lisboa, Lisboa-Ovar. Ovar, terra que não a viu nascer, mas que a viu crescer, e onde se encontram vivas as suas raízes. A paixão pela cozinha e pastelaria manifestou-se desde muito cedo. Tinha cerca de 5 anos quando ansiosamente esperava que a mãe saísse de casa para ir fazer experiências com ovos, açúcar e farinha para a cozinha, com a supervisão de uma segunda mãe que a acompanhou toda a vida. Corria-lhe a doçura nas veias. Desde essa tenra idade que se sentava num banquinho de madeira a observar as avós, tias e empregadas, enquanto confecionavam os deliciosos doces que as tias freiras iam transmitindo à família. Bonitas memórias e aulas vivas que recorda até hoje. Foi desta forma que se tornou uma autodidata no mundo da cozinha e pastelaria, tendo adquirido carteira profissional de pastelaria de primeira, através de prova de aptidão à qual se propôs, na Escola de Hotelaria de Coimbra. Mais tarde, rumou a Bruxelas em busca de novos conhecimentos numa área que também a apaixona, o chocolate. Licenciada em Turismo, sempre se dedicou aos doces com a paixão que ainda hoje a move, em prol da doçaria tradicional Portuguesa.
Dos bolos festivos, pintados à mão, às criações e recriações de receitas, há um doce que se destaca. Foi da família que herdou a receita do Pão de Ló Celeste d’Ovar, marca pioneira na divulgação deste ex-líbris dentro e fora de Portugal, que vai já na 5ª geração. Através do dom criativo, começou a utilizar o pão de ló como matéria-prima, dando origem a uma infinidade de novos produtos, tendo por base a doçaria regional e conventual existente em todo o país. A título de exemplo, criou o pão de rala alentejano de pão de ló, os D. Rodrigos, as castanhas de ovos, os ovos moles, os pitos de Santa Luzia, as cristas de galo de Vila Real, entre muitos e muitos outros, mas todos com o sabor e a textura do tão afamado pão de Ló de Ovar. Desta forma, nasce o projeto “Portugal a Pão de Ló”, que é como que uma homenagem do pão de ló de Ovar aos doces tradicionais Portugueses. Em Ovar, cidade museu-vivo do Azulejo, replicou a beleza das tão características fachadas azulejares, e juntou-lhe a doçura do pão de ló, dando vida a uma sublime peça de degustação: o Azulejo de Pão de Ló.