Foram inauguradas no dia 16 de setembro, no Museu de Ovar, duas exposições de artistas de diferentes gerações e destintos estilos de pintura, como “Construções” de Fátima Telese “Sentimentos” de José D’Alte, que podem ser visitadas até ao dia sete deste mês.
“Construções” e “Sentimentos” em exposição no Museu de Ovar
Os diferentes percursos e motivações para produzir arte, foram o mote do diálogo dos autores das obras com os participantes no momento da abertura das exposições.
Enquanto José Manuel D’Alte Pinho, que nasceu no Porto, em 27 de julho de 1946, e vive em Espinho, prefere assumir-se como autodidata da pintura, uma vez que, os quadros que ali reuniu e que integram coleções particulares, bem como os que ficaram de fora por falta de espaço nesta sua exposição, foram o resultado de uma espécie de terapia, após cerca de seis anos de complicadas doenças e várias operações.
Um período da sua vida de que resultaram “Sentimentos”, expressados através de espátula e colagens, que trouxeram a Ovar memórias de antigos rótulos de produtos portugueses como a marca Pão-de-ló Celeste D´Ovar com a mensagem publicitária “Celestise o seu estomago!”. Relíquias de património publicitário a que teve acesso e que assim partilha em algumas das suas pinturas, que expressam formas e cores fortes.
Ainda que não tenha tirado curso de Belas Artes por necessitar de trabalhar, como assume, José D’Alte foi decisivamente influenciado por grandes pintores como aluno do Liceu D. Manuel II (hoje Rodrigues de Freitas), onde conviveu com Vítor Pomar, Armando Alves e Francisco Chichorro, destacando particularmente a sua professora de artes visuais, Helena Abreu, que lhe fez ganhar o gosto pela pintura.
Quadro de José D’Alte com memória de Ovar
Mais jovem, mas com um invejável percurso artístico, Fátima Teles, nascida em Penedono, 1982, Licenciada em Artes Plásticas – Pintura, pela Escola Superior de Tecnologia de Tomar, mostra através de “Construções” o seu recurso à pintura pós-renascentista, “mais concretamente à série de números de Fibonacci e à subsequente geometria desenvolvida pelos pintores daquele período para o desenvolvimento dos desenhos das suas pinturas”, lê-se nas referências ao seu trabalho que vem sendo apresentado em exposições e bienais em Portugal e cidades de países como: Itália, Dinamarca, Polónia, Letónia, França, Holanda e Espanha.
Texto e fotos:; José Lopes (*)
(*) Correspondente “Etc e Tal Jornal” em Ovar – Aveiro